O Pai-Nosso

Pai-Nosso ensinado por Jesus

Sobre a maneira correta de se rezar o Pai-Nosso, Nossa Senhora pediu ao Irmão Ivan, no dia 5 de maio de 1999:

“É do agrado do Céu que vocês voltem a rezar o Pai-Nosso como antigamente, perdoai as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores. Assim vocês pagarão as dívidas com Deus e aos homens, e também pagando as dívidas dos vossos antepassados”.

Nossa Senhora nos pediu para observarmos a Tradição e rezarmos o Pai-Nosso como era rezado antigamente. Mas o que houve realmente com esta alteração substancial na Oração do Pai-Nosso? O texto abaixo elucida este erro teológico gravíssimo.

Da Maneira Correta de Rezar o Pai-Nosso

Após alterações na tradução da oração, principalmente as realizadas no novo Missal de Paulo VI pelas conferências episcopais do Brasil e Portugal, tornou-se muito comum, na récita da oração dominical a pronúncia “perdoai-nos as nossas ofensas” e não “perdoai-nos as nossas dívidas”, contudo esse é um erro teológico gravíssimo, e sabe por quê?

O pecado, além de grave ofensa à Deus, é responsável, também, por ferir a Ordem Natural perfeitíssima gerando desequilíbrio e danos pessoais e sociais. É como um efeito dominó, onde uma peça derrubada afeta a todas sucessivamente e, assim sendo, corrompe toda a sociedade gerando caos, desordem, fome e muitas vezes a guerra!

Imagine, por exemplo, um funcionário público que, no atendimento de uma emergência, vem, por pecado capital de preguiça, a ser negligente e em decorrência desse ato de má vontade o paciente, pai provedor de uma família toda, falece por haver sofrido um acidente de trabalho. Em razão disso a família encontra dificuldades, passando por penúrias como a fome, que leva um dos filhos a furtar, outro a se envolver com o tráfico de drogas, e uma mãe desesperada a cometer suicídio e assim sucessivas catástrofes que ferem, pouco a pouco, todo o gênero humano. Claro, esse é um exemplo, mas o pecado, de acordo com a sua natureza, pode a causar danos em maior ou menor escala.

Dessa forma, percebe-se que o pecado ultrapassa a esfera de uma simples “ofensa” e causa transtornos, razão pela qual deverá ser considerado como uma dívida a ser paga para reparar todo o dano causado. Contudo, diante dessa explanação, alguém poderá alegar: “mas Cristo redimiu todo o gênero humano através de seu sangue derramado na cruz, não há necessidade de maior reparação pelas ofensas cometidas do que o próprio sangue de Deus derramado”. Isso é uma meia-verdade, pois Jesus, como Messias, através de seu sangue derramado, de fato justificou o gênero humano, permitindo o perdão dos pecados e a salvação das almas, nos subtraindo do domínio do pecado, mas nunca deixou de exigir a penitência como reparação, seja nesse mundo ou seja no próximo. Se não, vejamos a passagem do Evangelho onde Cristo deixa clara a necessidade de reparação:

“Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta. Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao ministro e sejas posto em prisão. Em verdade te digo: DALI NÃO SAIRÁS ANTES DE TERES PAGO O ÚLTIMO CENTAVO” (Mateus 5, 23-26, destaques nossos).

Esse é o ensinamento que deixa clara a existência do purgatório e a necessidade de satisfação das dívidas feitas, seja nessa vida, seja na próxima.

Por isso, ensina Santo Afonso que o sofrimento neste mundo vem das mãos de Deus e devemos aceitá-lo e vivê-lo bem pois Deus “se alegra, sim, vendo-nos sofrer, mas para o nosso bem. Deseja que, sofrendo nesta vida, fiquemos livres das penas que deveríamos sofrer na outra vida, por causa de nossas dívidas com a justiça de Deus” (A prática do amor a Jesus Cristo, Capítulo XIV – “Quem ama a Jesus Cristo tudo sofre por ele”).

Neste mesmo sentido ensina o Catecismo de São Pio X:

“Nossos pecados são chamados de dívidas porque por causa deles devemos satisfazer a divina justiça, seja nesta vista, seja na outra” (Da oração, Capítulo II – Da oração dominical, §6º da quinta petição do Pai-Nosso).

Assim sendo, a substituição do termo “dívidas” por “ofensas” gera um enfraquecimento da visão católica de penitência e sacrifício, se aproximando (e muito!) da visão protestante de que o homem é justificado apenas pela fé, sem necessitar de obras, contrariando os ensinamentos de São Tiago que deixou claro que “a fé sem obras é morta” (Tg 14, 17).

Portanto, se quisermos viver a plenitude de nossa fé, reforçando todos os dias o caráter sacrificial de nossas vidas, devemos dizer com confiança:

“Pai Nosso, que estais no Céu, santificado seja o Vosso Nome, venha a nós o Vosso Reino, seja feita a Vossa Vontade, assim na terra, como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos deixeis cair em tentação; mas livrai-nos do mal. Amém!”

1 thoughts on “O Pai-Nosso

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